Dia da mentira: fake news e injustiça

Primeiro de abril de 2020. Fonte: Arte/UOL

Conhecido popularmente como dia da mentira, essa data normalmente é o dia de confraternização das mentirinhas, das brincadeiras (algumas sem graça no meu pessoal ver), e também das notícias falsas, hoje muito mais destacadas pela alcunha de fake news.

Sempre houveram de fato boatos e teorias que eram desmascaradas assim que o dia 1º de abril terminava. O grande problema são as noticias que, mesmo ora dessa data, tem causado muita desinformação de até problemas sérios. As fake news são uma nova praga disseminada, principalmente, pelas redes sociais contemporâneas. Elas sempre existiram, mas ganharam muita força nos últimos tempos, infelizmente.

Como todo fato que ocorre em nossa sociedade, as fake news geraram um enorme impacto nas relações jurídicas. Não irei no momento me aprofundar sobre as demandas jurídicas ensejadas por notícias falsas (responsabilização cível e penal, por exemplo), mas sim, trazer uma visão mais cotidiana e um efeito imediato da disseminação de anúncios e factoides de cunho duvidoso.

Como advogada, recebo de muitas pessoas duvidas sobre os mais diversos temas, dúvidas sobre as mais diversas demandas jurídicas; infelizmente, as noticias falsas se disseminam a ponto de gerar dúvidas – e pior – convencer muita gente de determinadas leis que simplesmente não existem!

Não raramente, enganadas pela má-fé das fake news, são levadas a acreditar que perderão seus direitos trabalhistas arbitrariamente, ou que têm direito a algum beneficio previdenciário que não existe na legislação, gerando duvidas angustiantes em quem, geralmente, não possui um arcabouço jurídico mais aprofundado.

Pior ocorre quando as noticias falsas geram um generalizado descontentamento com o sistema jurídico, levando a descrença a essas pessoas e afastando-lhes a Justiça que tanto perseguimos, como operadores do direito.

Assim, fica aqui o meu humilde e pessoal desabafo sobre as consequências mais comuns e diárias das notícias falsas. Enquanto advogada, sigo orientando a quem me procura, visando desmitificar verdadeiros absurdos propagados por pessoas de má índole, que veem na internet uma maneira de disseminar confusão e, por conseguinte, a injustiça.

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